sábado, 29 de agosto de 2009

Fiquem ligados!

Na próxima sexta, dia 04/09, não haverá aula da OCM, retornaremos nossas atividades na sexta seguinte, dia 11/09, com uma mesa redonda com o Realizador Sergipano Rubens Araújo* às 14 horas, no ILBJ. Contamos com todos vocês.

* Rubens Araújo é Medico de Família e Realizador Audiovisual, diretor do domumentário U-507, produzido em 2008.

** Será veículado para vocês o roteiro do filme dele, leiam, para a mesa ficar dinâmica.

Bom descanso essa semana.
Qualquer dúvida, via e-mail ou pelo Blog.

Olá, futuros cineastas!

Aula: VII e VIII
Data: 21/09
28/09


Enfim começamos nossa produção textual, nossos roteiros. Durante o processo criativo e de escrita, não se assuste se o filme não sair prontinho do papel. Há alguns motivos a serem analisados. Este é o primeiro tratamento no roteiro de vocês. É o cuspe criativo, em que vocês vomitam todas as ideias, portanto, não filmaremos a primeira versão, isso é importante porquê vamos perceber como a história pode ser melhorada. Devemos analisar, também, se as cenas são possíveis de serem filmadas, então faremos ensaios de cena nas locações.

Então segue algumas dicas para a produção de vocês:

1. Lembem que CINEMA não é NOVELA.

O que eu quis dizer com isso? Simples. A novela precisa de tudo muito bem enfatizado, muito bem explicadinho, principalmente com discursos. No cinema, poderemos fazer algo mais poético, mais trabalho, assim mais inteligente, no texto, por exemplo, é melhor que abusemos das imagens, da importância que uma imagem carrega e a mensagem que ela pode dizer, sem precisa que um personagem fale a sua idéia.

Em novela é comum os personagens falarem:

"Aiii, eu estou estressada"
você vê que ela está estressada, pois está andando para lá e para cá, suando, franzindo a testa, enfim, mas ela enfatizou dizendo que tava, sendo que todos já sabiam que ela estava nervosa.

No cinema, só basta vocês mostrarem que ela está nervosa, sem precisar dizer. Assim fica muito mais interessante de se ver.

2. Em um minuto poderemos ter 1 bilhão de imagens. Saibam utilizar melhor o tempo de vocês!!!

3. A música (trilha sonora) vem para otimizar a cena e não para ser mais importante que as imagens, a narrativa consiste nas imagens e não na música, deixem isso para o vídeo-clipe.

4. Cuidado com a quantidade de persongens, trabalhar com um número menor de personagens ajuda a não se perder o foco da história.

5. Lembrem de estar atentos ao Conflito e o Ápice.


O Conflito é a mudança na unidade dramaturgica do roteiro, é o que muda na história. Já o Ápice é quando o espectador não sabe mais para onde vai a história e é isso que o prende ao filme.

Boa Produção!

Ao lado segue a lista dos grupo e os temas, assim como as fotos das turmas. Logo mais estaremos colocando uns materiais para downloads de apostilas, livros e materiais para vocês. Assistam filmes nesse final de semana.
Confiram nosso calendário de Atividades do segundo semestre.

sábado, 15 de agosto de 2009

O que é um Roteiro?

Aula: VI
Data: 14/08/09

Basicamente é onde o filme é arquitetado. Um roteiro contém todas as informações necessárias sobre o filme que a equipe precisa.

Não basta apenas ter uma boa idéia, faz-se necessário transcrever essa idéia, no que chamamos de texto cinematográfico. Existe diferentes formas de escrever um roteiro, uma, simples e direta, seria: a forma escrita de qualquer projeto audiovisual, sendo que atualmente, o audiovisual abarca o teatro, o vídeo, a televisão e o cinema.

Mas da onde surge um roteiro?


Bom, primeiro vocês tem que ter uma idéia, um acontecimento que vocês queiram mostrar ou reproduzir. Uma idéia pode surgir em qualquer lugar, basta vocês estarem atentos a obsevar a sociedade, como as pessoas agem, conversam, que tipos de conversas são, como as coisas do dia a dia se apresentam a vocês, enfim, para ter uma boa idéia, a dica é: observem a sociedade. Em qualquer lular pode estar sua história, na rua, na praça ou numa casinha de sapê!



A partir disso, fica mais fácil apagar aquele branco na história, no momento da escrita. Lembrem-se: um cineasta é um observador da sociedade.
Em cinema nos temos principalmente dois tipo: dramatúrgico (literário) e o técnico.

Dramatúrgico X Técnico

O dramatúrgico, também chamado de literário, é o que contém as ações dos personagens, em que as cenas, ou sequência de cenas se estruturam. Lembrem-se, este roteiro é baseado em AÇÕES.
O principal objetivo de um roteirista é fazer com que todos entendam o que está escrito em seu roteiro. Desse modo, deve-se escrever um texto que seja de fácil compreensão, o texto deve fluir, para que não fique chato e ninguém queira investir nele. Logo mais abaixo, vocês conferem um exemplo de modelos de roteiros.

Como a base do roteiro é o texto, então logo, aquela linguagem cinematográfica que aprendemos no Módulo II não precisa ser usada, né? NÃO! Lembre-se, em cinema não existe uma forma única de se fazer um roteiro, muito menos uma camisa de força. O que existe são padrões estabelecidos para melhor compreender o texto. Então, no roteiro dramatúrgico, evita-se o uso de termos técnicos (movimentos de câmera, angulação e planificação), entretanto, o movimento que você queira poderá está implícito no roteiro, mas sem os termos.
Vamos aos exemplos:

Trecho do Roteiro do curta Elucido, escrito por Danilo Mecenas. Cena Um.

Notem que neste roteiro dramatúrgico há indicações de planos, enquadramentos e movimentos de câmera. Mas que os termos não são escritos. Pois, o texto tem que ser corrido, de boa leitura.
Observem o roteiro. Notem que o termo PÉS está em caixa-alta, ou seja, o roteirista indica que a imagem dos pés é necessária e importante para o conflito do filme. Além dos pés terem que estar em PLANO DETALHE. Então a imagem que aparecerá nas telinhas serão os pés do personagem em plano detalhe.
Observem também, que em cima está indicado o local (EXT. - CENTRO DE ARACAJU/CALÇADÃO)e o horário/período (DIA).

O Técnico é quase o oposto do literário, nele contêm todas as informações já decupadas para o diretor e sua equipe. Nesse tipo de roteiro, os planos, enquadramentos, ângulos e todos aqueles termos que estudamos estará presente.
Por isso é importante para o cineasta dominar a Linguagem do Cinema, pois agilidade é algo muito importante num set de filmagem e também na comunicação interna dos profissionais.

Trecho do Roteiro Técnico do Clipe da Banda UNO ROCK, rodado no final de 2008, escrito e dirigipo por Danilo Mecenas.


Notem que o principal foco são nos recursos técnicos do material. Os movimentos de Câmera e os tipos de panos e ângulos vêm descritos no roteiro.
Vejam como seria a imagem na telinha:



Foto: Cleiton Lisboa.

Literatura X Cinema

É muito difícil para o espectador entender o processo de adaptação do texto literário para o texto cinematográfico. Por isso é importante que vocês da OFICINA DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA DO ILBJ saibam a diferença. No texto literário, o escrito tem como referência as palavras que são escritas e a imaginação do leitor. Aqui, o escritor deve narrar e descrever a cena para que o leitor entenda e compreenda o local, os personagens, os conflitos, enfim, a história. No texto de cinema, existe o que eu chamo de Tripé cinematográfico que consiste em:

IMAGEM + ÁUDIO + NARRATIVA = FILME


Logo, o escritor cinematográfico (roteirista) deve estar ciente que vai trabalhar com outras formas de mostrar ao espectador sua história e não só as palavras.

Quando adaptamos uma obra, devemos levar em consideração que com cinema o tempo é limitado, pois o investimento é alto, além do tempo que o espectador disponibiliza para o filme. No filme é preciso que a audiência seja mantida do início ao fim. Por isso algumas mudanças são propostas para o roteiro adaptado, como cenas e personagem, mas que não comprometam a narrativa.

Lembrem-se: um filme adaptado da literatura, as perdas são inevitáveis.

Tipos de Roteiros
Bom, segue aqui, alguns outros roteiros em audiovisual.

TV: na maioria das vezes em duas colunas, uma com a descrição da imagem e outra com o áudio/técnica.
Positivos: velocidade na produção fica mais fácil de ler e as informações precisas.
Negativo: informações às vezes incompletas, não possui riqueza de detalhe e pouca possibilidade de mudança.

Rádio: aqui, se trabalha com recursos sonoros, então, coloca-se no roteiro de rádio, o texto, inserts de músicas (BG’s ou músicas, ou chamadas, vinhetas etc) e efeitos sonoros.

O Argumento

Vocês já vinham produzindo o argumento desde o primeiro encontro com a oficina.

Argumento: é uma espécie de sinópse de filme. Que conta praticamente a história toda em apenas algumas páginas, dependendo do tamanho do filme. No Brasil, esse modelo evoluiu para algo mais elaborado e descritivo, surgindo assim o argumento dramatúrgico.
O argumento é o resumo da história, só que em forma de texto narrativo, cujas sequências de ações se desenvolvem.

ROTEIRO DA OCM

Para a oficina, foi desenvolvido um roteiro especial. Um misto de TV com Cinema. Com isso, esperamos mais velocidade no processo de produção e compreensão dramatúrgica.

DOWNLOAD do roteiro da Oficina de Comunicação e Mídia.

Sugestão de Filmes:

----> Matrix - Andy Wachowski e Larry Wachowski;
----> O Auto da Compadecida - Guel Arraes;
----> A noviça rebelde - Rodgers e Hammerstein;
----> Piratas do Caribe - Jerry Bruckheimer.

Bibliografia

----> Artigo Cinema para quem quer Cinema;
----> http://roteiroquadrinhos.blogspot.com/2008/10/como-escrever-quadrinhos-os-tipos-de.html